terça-feira, 12 de abril de 2005

Só mais um bocadinho de poesia

Uma vaca dizia que faltava poesia neste blog, pois aqui vai uma lindissima de José Luis Peixoto, que continua a ser o único autor português que consigo ler! (Li, minha amiga, já é um passo em frente.....daqui a dias ainda leio Saramago....mentirinha!!!!nem que me matasses Augh!!).

Vou receber muitas criticas de fans do tipo, não vou?
Mas ele ainda é pior do que eu a colocar acentos e pontos!

De qualquer maneira este poema é sobre amor, amor aos livros que nos dão vida e amor à vida que nos dá os livros.

Espero que gostem

"Este livro. Passa um dedo pela página, sente o papel como se sentisses a pele do meu corpo, o meu rosto.
Este livro tem palavras, esquece as palavras por momentos. O que temos para dizer não pode ser dito.
Sente o peso deste livro. O peso da minha mão sobre a tua. Damos as mãos quando seguras este livro.
Não me perguntes quem sou. Não me perguntes nada. Eu não sei responder a todas as perguntas do mundo.
Pousa os lábios sobre a página, pousa os lábios sobre o papel. Devagar, muito devagar. vamos beijar-nos."


José Luis Peixoto; "este livro. Passa um dedo pela página, sente o papel", O Amor in A casa, a Escuridão, pág 19

8 comentários:

RD disse...

Então ainda não lês as nossas portuguesuras? Bem, se a elbravinha não te domesticou, não sou eu que te proponho leituras. Ela a mim caçou-me desde bem cedo. Agora tu que já 'tás velha e teimosa, já não se faz mais nada de ti, hehe! Mas não sabes o que perdes. ;)
Foi uma boa escolha o JLP, tb gosto.
Vai embelezando o pasto que fazes bem.
Bjinhos*

Caiê disse...

Que poema tão táctil !!! :)

Tás muito primaveril, C-Angel... poesia e tudo. Muito bem! ***

A ilha dentro de mim disse...

Uma passo em frente e em grande, minha amiga. Fiquei fã do autor ao ler as crónicas dele n'A Capital, mas não conhecia este poema. Adoro a relação que ele descreve com os livros. Quase que posso dizer que é a minha. É amor à primeira, à segunda e terceira vista. Provavelmente, para sempre!

Anónimo disse...

Sugiro-te:
lê "Morreste-me" do mesmo autor que citaste;lê a Antologia de Ruy Belo, a Antologia Poética de Mário Cesariny de Vasconcelos e a Arte poética de Aristóteles. Depois faz um post sobre os 3. Tenho a certeza de que não te arrependerás.
Pareces-me perspicaz qb para perceberes o que quero dizer.
"Para seres grande sê inteiro. Nada teu exagera ou exclui (...)" "avisou" um dos heterónimos de Pessoa

É Arte.
Aquele abraço.

CTT

Anónimo disse...

sobre os 4. so sorry. enganei-me.


Post Scriptum: o poema que aqui citaste é mto bonito. podes usá-lo pra mote do que escreveres sobre os quatro livros que te sugiro, se os leres, claro. Mas creio, que terás curiosidade....

CTT

RD disse...

Anónimo, vais-nos por a todas a ler. :)

Anónimo disse...

o José Luís Peixoto é realmente uma lufada de ar fresco, mas não é o úncio autor português que consigo ler...há muitos outros...

obrigado pelo poema gostei bastante...

já agora há um livro dele que me marcou profundamente, chama-se "morreste-me" é duro mas belo

beijos

C-Angel disse...

Obrigado pelas sugestões.
Sobre Morreste-me é absolutamente fabuloso. Acho que tenhos todas as obras de prosa e poesia de JLP.
Morreste-me é o máximo pq me diz muito pessoalmente assim como a obra poetica Criança em Ruínas.