quinta-feira, 14 de abril de 2005

A importância das pequenas coisas

Já repararam no paradoxo que é a vida? Quando a felicidade nos envolve, fechamos-lhe a porta na cara e ficamos presos nas pequenas coisas negativas que nos impedem de ver o todo. Quando a tristeza nos rodeia, desprendemo-nos das coisas negativas e agarramos outras pequenas coisas, que nos transmitem a beleza de um mundo que parecia já não existir.

A vida, de facto, é feita de pequenas coisas e, às vezes, retempera-se nas mais extraordinárias insignificâncias. Um raio de sol, um cheiro da infância, um olhar encantado, um sorriso profundo, uma gargalhada traquina.

Hoje, foi a alegria de uma criança correndo num pátio triste, atrás de uma cadela farfalhuda, que transformou o meu dia. O força do seu abraço amigo, que quase sufocou o animal que insistia em escapulir-se para onde não devia, fez-me viajar no tempo. Recordei, por momentos, a criança que um dia fui naquele mesmo pátio e senti-me feliz por alguém ter preenchido o vazio.

5 comentários:

RD disse...

Oh que lindo. :)
Tens muita razão amiga. Viremo-nos pois então para as pequenas coisas todos os dias. Como se nunca as tivessemos visto.

ps: cadela farfalhuda! :)

mad cow disse...

Pois é, são essas pequenas coisas que muitas vezes nos fazem dar valor a tudo o que nos rodeia...
Esta minha mana escreve umas coisas muito giras! Podes fornecer um bocadinho dessa inspiração aqui à caçula??! :-)
Saudações bravas*

Caiê disse...

"O verão onde hoje moro
é mais duro e mais quente
perdeu-se a frescura
do verão adolescente"

Lembro-me sempre disto no Verão... É verdade que a vida é um paradoxo, temos de nos agarrar à esperança quando sentimos que o desespero está a tentar entrar... ***

Ah! A poesia é de Sophia.**

Viuva Negra disse...

Não podemos acima de tudo esquecer a criança que existe dentro de nós ... fica sempre mais simples se virmos as coisas dessa perspectiva ...

A ilha dentro de mim disse...

Maninha linda, sabes muito bem que a minha fonte de inspiração só floresce rodeada de mar por todos os lados, mesmo que esta só esteja dentro do coração. Mas se recordares as nossas sessões de declamação e os desafinanços pela avenida fora, no regresso das tardes (quase serões), vividas em Porto Pim, encontrarás os restantes ingredientes.