quinta-feira, 7 de abril de 2005

O apagar da vida

Este post já vem com atraso, mas mesmo assim acho que vale a pena colar a citação que me fez pensar. Li-a no artigo «O Papa que morreu perto», assinado por Graça Franco no Público de segunda-feira (4 de Abril) e reza assim:

«Durante todo este tempo o Papa insistiu em recordar ao mundo que as vidas valem a pena ser vividas, desde o seu início e até ao seu final, e podem apagar-se serenamente como velas, numa entrega fiel ao criador.»

Gostei da imagem. Mas a vida, por vezes, tem demasiado vento para poder permitir um apagar sereno. Mesmo para quem faz questão de a viver até ao fim!

6 comentários:

RD disse...

E até no teu final, o Papa é exemplo.

Vítor Leal Barros disse...

que imagem bonita el bravinha "a vida tem demasiado vento"... desde que não seja o de um furacão senti-lo na face pode dar-nos um prazer enorme... talvez seja necessário a ventania para nos sentirmos mais frescos e renovados no dia seguinte

Vítor Leal Barros disse...

já agora...adorei a música que vcs têm no blog... que saudades dos amigos de gaspar... ó toia toia soia...lol

Caiê disse...

Concordo. Um apagar sereno é cada vez mais raro. Só se morrermos a dormir, e, mesmo assim, é necessário que não tivéssemos sofrido muito antes com doençazinhas morosas... A ciência desiludiu-me muito - prolonga a vida das pessoas, mas não lhes retirou os sofrimentos brutais do fim da vida e de doenças várias, sobretudo neurológicas e incapacitantes.

A ilha dentro de mim disse...

Um vento leve pode, de facto, ser refrescante. Mas as tempestades só são proveitosas para quem as pode observar de fora e não sofre os seus efeitos mais devastadores.

RD disse...

[A windy night is reserved for each one of us
"qual de nós não teve o seu Inverno"]

Este roubei eu ao Carlos do Ilhas porque me pareceu bastante oportuno para dizer que não é só esse momento que conta, são todos os "do durante". Pode não restar nada mas paradoxalmente fica tudo.
Já agora passem lá e leiam o poema que está muito bonito.

ps: Carlos, espero que não se importe pelo roubinho.*