sexta-feira, 26 de janeiro de 2007

O poder do Marketing e o efeito da publicidade II

Outro caso recente é o da guerra entre os semanários aquando do lançamento do novo jornal "Sol". O semanário estreante tinha que provar o que valia e lançou-se com força na publicidade, divulgando o seu produto nos media e em Outdoors, mas sem brindes. Já o "Expresso", apesar de ter créditos reconhecidos por todos, não ficou a dormir à sombra da bananeira, e avançou com a oferta de filmes grátis.

Escusado será dizer que os filmes é que ganharam a primeira batalha. Naquelas oito semanas ninguém foi comprar o "Expresso" pela qualidade do produto, nem tão pouco por já ser leitor fidelizado. Comprar o jornal naqueles sábados foi tarefa para madrugadores, porque por volta das 9h30 o jornal estava esgotado na maior parte das bancas do país.

Com os seus objectivos cumpridos, o dinossauro "Expresso" acabou ainda por dar uma mãozinha ao novo "Sol", porque os leitores fiéis que chegaram mais tarde às bancas acabaram por comprar o novo semanário porque o seu já tinha desaparecido. Se trocaram de vez ou não, isso só o futuro dos números o dirá. Mas, para já, o marketing venceu a publicidade.

O poder do marketing e o efeito da publicidade

O que define o sucesso hoje, infelizmente, não é a qualidade. Custa dizer, mas é a verdade. Um produto menos bom poderá ter muito mais sucesso que um produto excelente. Basta que seja acompanhado de uma excelente campanha de marketing e publicidade.

O marketing está de tal forma instalado na nossa sociedade que entra pelas nossas vidas dentro quase sem darmos por ele. Mesmo quando não queremos, parece impossível escapar à onda de publicidade que nos entra pelos olhos dentro e se agarra ao nosso inconsciente. Mas há casos que são flagrantes.

A Floribela, por exemplo, já é um mega sucesso, daqueles que não parece não parar de crescer. O programa até podia ser muito bom (o que não é o caso), mas não há dúvida de que tal sucesso se deve à campanha de marketing que tem rodeado o produto. Sim, porque há muito que deixou de ser apenas um programa de televisão para crianças para passar a ser um produto. E um produto que vende que nem ginjas!

Na realidade, a Floribela vende muito melhor que as ginjas, por isso, apareceram os derivados: cds, roupa, canetas, cadernos, livros e até autógrafos. Como se não bastasse invadir o horário nobre da televisão portuguesa (na SIC e em todos os outros canais que parodiam o original), é impossível não dar de caras com um dos seus produtos em todas as lojas e hipermercados, cujos escaparates tão depressa se enchem como se esvaziam. É o poder do marketing e o efeito da publicidade. Alguém duvida?