quarta-feira, 27 de junho de 2007

Um Banco para cada dois faialenses

Poucas semanas passaram sobre a inauguração do primeiro balcão do BPI na ilha do Faial e o pequeno burgo já fala na entrada de dois novos Bancos no mercado faialense. A ver pela quantidade de instituições bancárias já instalados no mercado local – Millennium BCP, Caixa Geral de Depósitos, BCA, Caixa de Crédito Agrícola, Caixa Económica Misericórdia de Angra do Heroísmo, Santander Totta e BES – parece que o dinheiro se está a multiplicar de forma astronómica na cidade-mar.

Bem sei que a Câmara do Comércio dos Açores já afirmou publicamente que a Horta é a cidade com maior índice de crescimento económico da região, porém, também sei que esse crescimento ainda está muito longe de dar lucro.

Não é que seja contra a abertura de mais dependências bancárias na ilha. Mas se não há muito dinheiro disponível no Faial, o que procuram então os novos bancos? O que está por detrás deste repentino interesse num mercado que vive essencialmente de serviços e que tem pouco mais de 15 mil habitantes?

Num mercado aberto e competitivo como o de hoje, os bancos que ali estão há décadas – como o Millennium BCP, a CGD ou o BCA – não podiam ficar sozinhos muito tempo, mesmo que os seus serviços fossem fantásticos. Mas, ainda assim, acho que não é normal esta corrida desenfreada para abrir novos balcões na Horta, que está muito longe de ser um pólo de desenvolvimento económico que alimente fortunas.

Diz a lógica do mercado que nenhum banco quer abrir um balcão para perder dinheiro, muito menos nos dias de hoje, quando se pensa no lucro antes de qualquer outra coisa. Ora, não havendo fortunas para forrar as contas que os novos bancos querem abrir, há então o quê? Não tenham ilusões, porque a resposta a esta pergunta só pode ser uma: se não há dinheiro, então é porque há falta dele. Ou melhor, é porque há muita gente disposta a pagar – e caro – para o obter.

Depois de ter sido a cidade que mais polícias tinha por metro quadrado, hoje já corre à boca pequena que a Horta é a cidade portuguesa que tem mais pedidos de crédito. Por coincidência, ou não, em breve será também a cidade que mais agências bancárias tem por habitante. Até já consigo ver os políticos locais, na próxima campanha eleitoral, prometendo fazer tudo para que a ilha tenha “um Banco para cada dois faialenses”.

domingo, 24 de junho de 2007

"Um colo estrangeiro"

“Mas foi apenas há um ano e meio que Paula, 38 anos, e Stefan Brune, 39, conheceram os irmãos, de 10 e 11 anos, e lhes perguntaram se queriam viver com eles, na Alemanha. (…) Nascidos na região do Porto, foram retirados aos pais após muito tempo de negligência e maus tratos.
(…)
“mais de metade dos menores que hoje aguardam novos pais (…) «têm mais de 7 anos e problemas de saúde ou só podem ser adoptados com os seus irmãos, em grupos de duas, três ou mesmo cinco crianças», explica Graciete Palma da Silva, 62 anos, coordenadora do Gabinete Técnico de Adopção Internacional.
É por isso que o tempo médio de espera por uma criança é, actualmente, de cinco a seis anos. Quando existe outra abertura, o processo torna-se mais rápido. Foi o que sucedeu com o casal Brune: «Os serviços portugueses resolveram tudo em dois meses».
(…)
A máquina começou a desbravar terreno entre os cabelos rebeldes de Filipe. À medida que as madeixas caíam no chão, rolavam também as lágrimas pela cara da sua mãe adoptiva. O couro cabeludo do menino estava coberto de cicatrizes. «Só olhando para as maiores, contei 27…», recorda Paula.
Nos primeiros meses a adaptação foi difícil. (...)
Um ano e meio depois da mudança dos irmãos para a Alemanha, é difícil imaginar uma família mais cúmplice. Quem observe Carlos e Filipe a passear de bicicleta pelas ruas floridas da pequena cidade alemã (que não identificamos, a pedido da família), a contar as aventuras das suas férias em Praga e no Egipto e a chamar carinhosamente pela «mãeiii» ou pelo «papi», só verá alegria – é como se uma borracha tivesse apagado todas as suas negras experiências.”

Ana Navarro Pedro, Isabel Marques da Silva e Patrícia Fonseca, in Visão de 21/06/2007

Era óptimo que existissem mais pessoas como estas...

sábado, 23 de junho de 2007

"Vulcão Aberto"


Em ano de grande aniversário do Vulcão dos Capelinhos, está para sair um novo livro. "Vulcão Aberto", como fotos de António Silveira e texto de Maria do Céu Brito.
O lançamento do livro é já na próxima sexta-feira, dia 29, no Centro do Mar da cidade da Horta, pelas 21h30.
Quem me dera poder lá estar...

terça-feira, 19 de junho de 2007

Cahier de Bord


Por vezes, a veia é mais forte do que a vontade. A Gata Preta foi-se embora, mas a nossa Caiê está de volta, agora em Cahier de Bord. Outro mundo, outro imaginário, mas o mesmo olhar. A não perder!


quarta-feira, 6 de junho de 2007

Novo mapa de Portugal



Entre as centenas de Junk mail e piadas secas que diariamente nos invadem o mail, às vezes encontram-se coisas curiosas. A última foi este mapa de Portugal actualizado pelo actual governo. Muito pertinente!




segunda-feira, 4 de junho de 2007

Não há longe sem distância

Richard Bach dizia que "não há longe nem distância". Mas a verdade é que não há longe sem distância. Afinal, a lonjura não é mais do que a consciência de que o nosso desejo não depende apenas da nossa vontade para se realizar.