segunda-feira, 18 de abril de 2005

Homem Culto

O que é um homem culto?
É aquele que:
1º - Tem consciência da sua posição no cosmos e, em particular, na sociedade a que pertence;
2° - Tem consciência da sua personalidade e da dignidade que é inerente à existência como ser humano;
3° - Faz do aperfeiçoamento do seu ser interior a preocupação máxima e fim último da vida.
Ser-se culto não implica ser-se sábio; há sábios que não são homens cultos e homens cultos que não são sábios; mas o que o ser culto implica, é um certo grau de saber, aquele precisamente que fornece uma base mínima para a satisfação das três condições enunciadas.
(...)
Como se põe então agora a questão das elites? Evidentemente que o cultivo e progresso da ciência, bem como a sua aplicação à vida corrente da sociedade, hão-de ser sempre obra de grupos especializados - prospectores e realizadores; chamemos-lhe elites, se assim o quiserem - existem e existirão, como existem e existirão as elites das outras profissões e actividades.
Mas o que não deve nem pode ser monopólio de uma elite, é a cultura; essa tem de reivindicar-se para a colectividade inteira, porque só com ela pode a humanidade tomar consciência de si própria, ditando a todo o momento a tonalidade geral da orientação às elites parciais.

Bento de Jesus Caraça, in Cultura Integral do Indivíduo.

4 comentários:

João Pacheco de Melo disse...

Rosa...

isto anda mesmo mau. Só hoje entendí aquela da "arqueologia política" que já está quase fossilizada no "ROTAS"!

(daaaahmmm............)

Viuva Negra disse...

Esse homem foi amigo do meu pai e tem que se lhe diga ...

RD disse...

João, é verdade! Ao tempo que aquilo já está lá. Eu também tenho vindo pouco cá, estou numa fase de muito que fazer e não posso descuidar, mas sempre "boto o olho" quando posso. Ando inquieta para dar um pulinho ao Rotas real, mas nem isso anda fácil.
Um beijinho!

RD disse...

VN, conte-nos qualquer coisinha se puder ser. Tenho sempre curiosidade pelas bigrafias que nos ajudam a entender o pensamento. :)
Sabe, há muitos filósofos que escreveram coisas fantásticas, lindíssimas e que no entanto tiveram vidas totalmente contrárias, e no mau sentido da palavra. Eram maus mesmo. Faz-me um bocado de confusão isso de não terem primado pela coerência. Isso não faz deles mais ou menos humanos mas espera-se sempre melhor, não é?
Beijinho.