quinta-feira, 31 de março de 2005
Ser Bom Professor
Sebastião da Gama, Diário
Deixo-me Ir Como Me Apraz
O Tempo
quarta-feira, 30 de março de 2005
Jotas e jotinhas
Numa pequena caixa, intitulada «Os rodinhas do PSD», o jornalista escreve: «Um outro aspecto, é o facto de, após a geração de Victor Cruz, existir um enorme fosso com os actuais militantes da JSD. Nunca houve uma preocupação de harmonizar a diferença geracional, ao contrário do PS, que atenua esse salto com nomes de algumas personalidades que dão crédito ao projecto socialista».
No caso do Faial, isso é notório. Basta ver o caso dos ex-líderes da JS, João Castro, actual presidente da Câmara Municipal da Horta, e João Bettencourt, recém empossado deputado à Assembleia Regional. É verdade que nenhum dos dois chegou lá directamente por votação das urnas. Mas estavam nas listas e foram substituindo os mais velhos à medida que estes foram saindo, por motivos de saúde ou para voos mais altos.
Já no JSD do Faial, não vejo o mesmo acontecer. E nem posso dizer que é por falta de vontade dos próprios. Parece-me mais que é por vontade dos históricos, aqueles que de tão empedernidos não deixam ninguém fazer nada de novo, nem apresentar uma ideia que não vá de encontro às suas. Também aqui é mais ou menos como escrevia o João Paz, ao dizer que «na JSD/A não tem havido a preocupação de escolher líderes fortes (que os há), e de chamar à militância activa esses jovens, que se reduzem à velha actividade eleitoral de agitar e distribuir bandeiras, vestirem-se todos de igual para preencherem os fundos dos palcos nos comícios.»
As citações que aqui transcrevi (entre aspas, claro!), não passam de duas frases retiradas de uma revista velha. Mas depois de as ler fiquei com a certeza de afinal o problema não é só dos jovens faialenses. Afinal, a culpa é do partido que escolheram. O que só torna tudo mais assustador.
Mais do que isto, é notório que o afastamento dos jovens dos partidos não é um problema só do PSD. Tal como o afastamento das elites da política afecta todos os partidos, seja nos Açores ou no resto do país. E se o país não acordar a tempo, todos vamos sofrer com isso...
(Desculpa jotinha Brava, mas há verdades que não se podem esconder para sempre...)
segunda-feira, 28 de março de 2005
Do Agir
O autor sugere quatro factores cognitivos que contribuem para esta opção: a) a falta de experiência pessoal do problema; b) a crença que o problema é facilmente prevenido pela acção individual; c) a crença que se o problema não apareceu até agora, não irá aparecer no futuro; d) a crença de que o problema é pouco frequente.
Os indivíduos podem ser de um optimismo irrealista se, para avaliar o seu próprio risco, se centrarem nos aspectos em que agem bem (eu por exemplo digo que durmo 4 horas, mas, e apesar de serem poucas, durmo-as profundamente...), desta forma minimizam o erro que cometem conscientemente.
A Tradição do Ovo
Significa fertilidade e recomeço da vida. Alguns historiadores garantem que o costume de cozinhar e depois colorir ovos de galinha para depois presenteá-los surgiu entre os antigos egípcios, persas e algumas tribos germânicas.
Hoje atribui-se aos chineses o costume milenar de presentear parentes e amigos com ovos nas festas de primavera. Mas foram os reis e príncipes da Antiguidade que confeccionaram ovos de prata e ouro recobertos de pedras preciosas. O povo, sem recursos para tais luxos, manteve a tradição de presentear ovos de galinha confeccionados.
A Tradição do Coelho
No antigo Egipto, o coelho era o símbolo da fertilidade. Por ser um animal que apresenta condições de gerar grandes ninhadas, a imagem do coelho simboliza a capacidade da Igreja de produzir novos discípulos constantemente.
A Páscoa festeja-se em todo o mundo, mas nem sempre da mesma maneira e muitas vezes com significado diferente.
Na China - O "Ching-Ming" é uma festividade que ocorre na altura da Páscoa, onde são visitados os túmulos dos ancestrais e feitas oferendas, na forma de refeições e doces, para que estes fiquem satisfeitos com os seus descendentes.
Na Europa Central - Os festejos remontam aos antigos rituais pagãos do início da Primavera. A tradição da Páscoa inclui a oferta de amêndoas e a decoração de ovos cozidos com os quais são presenteados os familiares e amigos mais próximos. Também são feitas brincadeiras com ovos da Páscoa como, rolá-los ladeira abaixo, onde será vencedor aquele ovo que conseguir chegar mais longe sem partir.
domingo, 27 de março de 2005
Páscoa Feliz
sábado, 26 de março de 2005
O Espaço Público
sexta-feira, 25 de março de 2005
Ainda o Beijo
Alegoria dos Esclarecidos
Dois - Não. È aquilo.
...
Um - Acho que não è aquilo.
Dois - Bem, isto é que não è.
...
Um - Dooois...
Dois - Ummm...
...
Um - Doiszinho...
Dois - Unzinho...
...
Um - Twooo...
Dois - Oneee...
...
Um - E aqueloutro?
Dois - Se calhar...!
...
Um - Concordamos então?
Dois - Nem por isso.
...
Um - Afinal, de que é que estás a falar?
Dois - Não sei, e tu sabes?
...
Três - மழையில் நனைந்த
காற்றாய் காதலுடன்
என் மனம்வீசும் வாடைக்
காற்றில்பறக்கும்
...
Um - Epahh... Olha-me este carapau a discordar da gente!
Dois - Pôu'zé, um espertinho. 'Tá mal, 'tá mal...
quinta-feira, 24 de março de 2005
O Riso é o Melhor Indicador da Alma
Mesmo o riso incontestavelmente inteligente é, às vezes, abominável. O riso exige em primeiro lugar sinceridade, mas onde está a sinceridade das pessoas? O riso exige a ausência de maldade, mas as pessoas, na maioria dos casos, riem com maldade. Um riso sincero e sem maldade é uma pura alegria, mas, nos tempos que correm, onde está a alegria? E poderão as pessoas ser alegres? A alegria é um dos mais reveladores traços humanos, basta a alegria para revelar as pessoas dos pés à cabeça. Por vezes não há meio de percebermos o carácter de uma pessoa, mas basta ela rir para lhe conhecermos o feitio como às palmas das nossas mãos. Só as pessoas desenvolvidas do modo mais elevado e feliz sabem ser contagiosamente alegres, de uma maneira irresistível e benévola. Não falo de desenvolvimento intelectual, mas de carácter, do homem como um todo. Portanto: se quiserdes compreender uma pessoa e conhecer-lhe a alma não presteis atenção à sua maneira de se calar, ou de falar, ou de chorar, ou de se emocionar com as ideias mais nobres, olhai antes para ela quando se ri. Ri-se bem - é boa pessoa. Observai depois todos os matizes: por exemplo, é preciso que o riso não pareça estúpido, por mais alegre e ingénuo que seja. Mal detecteis a mais pequena nota de estupidez num riso, ficai sabendo que a pessoa que assim ri é intelectualmente limitada, apesar de deitar cá para fora um sem-fim de ideias. Mesmo que o riso não seja estúpido, se vos parecer ridículo, nem que seja um pouquinho, ficai sabendo que não há na pessoa que o ri uma verdadeira dignidade, pelo menos uma dignidade suficiente. Por último, notai que, mesmo que um riso seja contagioso mas por qualquer razão vos pareça vulgar, também a natureza dessa pessoa é vulgar, que toda a nobreza e espírito sublime que tínheis visto nela ou são fingidos ou imitados inconscientemente, e que essa pessoa, no futuro, mudará inevitavelmente para pior, dedicar-se-á ao «útil», abandonando sem pena as ideias nobres como sendo erros e paixões da juventude. (...) Apenas entendo que o riso é a mais certeira prova da alma. Olhai para uma criança: só as crianças sabem rir com perfeição, por isso são fascinantes. É abominável a criança que chora, mas a que ri alegremente é um raio do paraíso, é o futuro do homem quando ele, finalmente, se tornar tão puro e ingénuo como uma criança.
terça-feira, 22 de março de 2005
Ilhas de Bruma
" Ainda sinto os pés no terreno
Em que meus avós bailavam o "Pézinho"
A "Bela Aurora" e a "Sapateia"
É que nas veias corre-me basalto negro
E na lembrança vulcões e terramotos
Por isso é que eu sou das ilhas de bruma
Onde as gaivotas vão beijar a terra...
Se no falar trago a dolência das ondas
O olhar é a doçura das lagoas
É que trago a ternura das hortências
No coração a ardência das caldeiras
Por isso é que eu sou das ilhas de bruma
Onde as gaivotas vão beijar a terra
Trago o roxo, a saudade, esta amargura
Só o vento ecoa mundos na lonjura
Mas trago o mar imenso no meu peito
E tanto verde a indicar-me a esperança
Por isso é que eu sou das ilhas de bruma
Onde as gaivotas vão beijar a terra
É que nas veias corre-me basalto negro
No coração a ardência das caldeiras
O mar imenso me enche a alma
Tenho verde, tanto verde a indicar-me a esperança
Por isso é que eu sou das ilhas de bruma
Onde as gaivotas vão beijar a terra..."
segunda-feira, 21 de março de 2005
Grandes Questões dos Nossos Dias
1- Porque é que acreditamos que há 4 biliões de estrelas, mas temos sempre de verificar se foi "pintado de fresco"?
2- Porque é que pressionamos o comando com mais força quando as pilhas estão gastas?
3- Porque é que se usam agulhas esterilizadas para a pena de morte por injecção letal?
4- Porque é que, nos filmes, o Tarzan nunca tem barba?
5- Qual é a velocidade da escuridão?
6- Porque é que os pilotos kamikaze usam capacetes?
7- Há lugares de estacionamento marcados para pessoas "não-deficientes" nas Olimpíadas dos Para-Olímpicos?
8- Se a temperatura é de 0 graus hoje, e amanhã estará o dobro do frio... quantos graus estarão amanhã?
9- Se é verdade que estamos aqui para ajudar os outros, que estão os outros a fazer aqui?
10- Podemos chorar debaixo de água?
11- Porque dizemos "dormir como um bebé" quando todos sabemos que os bebés acordam de 2 em 2 horas?
12- Quando os surdos vão a tribunal, também se chama "audiência"?
13- Porque é que os executivos têm escritórios em sítios altos e compram binóculos depois para olhar pelas janelas?
14- Porque é que os médicos têm um biombo no consultório se nos vão ver nus de qualquer maneira?
15- Os casados vivem mais tempo ou só parece mais tempo?
16- Porque é que as pizzas redondas vêm em caixas quadradas?
17- Porque pusemos um homem na Lua antes de pôrmos rodas nas malas de viagem?
E a minha favorita... é linda:
18- Se o Homem evoluíu do macaco... Porque é que ainda há macacos???
domingo, 20 de março de 2005
Primavera
O dia inicial inteiro e limpo
Onde emergimos da noite e do silêncio
E livres habitamos a substância do tempo
Sophia de Mello Breyner Andresen
Porque hoje é Dia do Pai...
Sou suspeita. Detesto "dias de". Porque raio se há-de comemorar coisas óbvias que merecem destaque todos os dias? A Criança, a Mulher, a Mãe, o Pai... são dias sem sentido, porque deles são todos os dias do ano. Isto para quem é criança, mulher, mãe e pai. Ou para quem merece a denominação. Porque como dizia uma colega minha da escola primária - que nunca mais esqueci - "Nem todos os pais são o melhor pai do mundo, sra professora!"
Na minha escola, chegado este dia, tínhamos de fazer postais para os pais. À mão. Grande dia para os artistas, e para os papás que receberiam as cartolinas tipo coração a dizer "Adoro-te; obrigada por tudo o que fizeste por mim; ao Pai mais amigo" e outros mimos. Todos o fazíamos. A verdade é que quase um terço da aula não tinha pai. Minto. Tinha um pai que não merecia cartão algum. Eram miúdos do internato, que tinham sido abandonados pela família, quase todos maltratados pelo pai antes do abandono ou da acção da assistente social, e com péssimas recordações do mesmo. Pais violentos, pais negligentes, pais psicóticos, pais abusadores. Havia mesmo um caso terrível, em que a minha colega chorava de cada vez que se falava no pai, porque tinha cicatrizes no corpo e muitas mais na alma.
Isto para dizer que o dia dos cartõezinhos que, religiosamente, todos éramos obrigados a fazer e decorar, era um pesadelo para 10 pessoas da sala. O meu apelo é só este - que se acabe com a hipocrisia atormentadora de fazer isto nas escolas. Quem tem pai e quer fazer, faz, e leve esta alegria ao seu pai, que bem merece! Há pais incríveis, que merecem o mundo. Beijos para eles! ... Mas quem não tem um pai merecedor de ser assim chamado... nunca deveria ser forçado a passar por esta tortura estúpida do bilhetinho escolar floreado a tinta e recortado, feito entre lágrimas, que só lhe lembra o que sofre, e que atira para o lixo quando sai da aula.
Dia feliz para todos os meninos!
sexta-feira, 18 de março de 2005
Os Perfumes
"Este perfume tinha frescura; não era, porém, a frescura das limas ou das laranjas, a frescura da mirra ou da folha de canela, ou da hortelã ou das bétulas, [...] nem a de uma chuva de Maio, de um vento gelado ou da água de uma nascente... e continha simultaneamente calor; mas não um calor semelhante ao da bergamota, do cipreste ou do musgo, [...] nem ao de um bosqueado de rosas ou de ísis... Este perfume era uma mistura de ambos, do que passa e do que pesa; não uma mistura, mas uma unidade, e, além disso, humilde e fraco, e, no entanto, robusto e resistente como um pedaço de seda fina e brilhante... e, todavia, não como a seda, mas antes como o leite com mel onde se molha um biscoito, o que nem com a melhor das boas vontades se conjugava:leite e seda! Incompreensível este perfume, indescrítivel, impossível de classificar. [...] E, no entanto, ali estava com a mais absoluta das naturalidades. Grenouille seguiu-o com o coração angustiado, dado suspeitar que não era ele que ia atrás do perfume, mas o perfume que o tornara seu prisioneiro e o atraía nesse momento irresistivelmente até ele."
Patrick Suskind, O Perfume
Medidas... só à regua(da)
quinta-feira, 17 de março de 2005
O Beijo
A troca dos sopros, a mescla das almas - o beijo que reconcilia a carne com o espírito num contrato sagrado através duma vertigem que é a completa perda do eu, o abandono de si.
in História do Beijo, Gérald Cahen
quarta-feira, 16 de março de 2005
APAEF
Após difíceis e morosas conversações, para as quais nem o IRA teria paciência - e isto por causa do meu "caché", claro está - lá resolvi dar o braço a torcer, e dar o contributo com o meu invejável curriculum vitae a estes senhores.
Meus amigos, conhecidos e outros que aterrem aqui por azar (a estes, desde já as nossas desculpas), convido-vos a "botar o olho" de vez em quando na página da APAEF, e quem sabe... talvez até encontrem alguma coisa que vos interesse. É que nestas coisas das Filosofias muito se encontra, muito se pode encontrar e quem sabe... aprender :)
Associação Portuguesa de Aconselhamento Ético e Filosófico.
terça-feira, 15 de março de 2005
Prostituição
in Correio da Manhã
É um artigo grande, mas peço-vos que o leiam.
Sentimento como substrato
Janusz Korczack
As crianças e os adolescentes dizem-nos aquilo que precisam a cada momento/etapa da sua existência/desenvolvimento, ao adulto “basta” sair do seu pedestal e descodificar a sua linguagem, ao invés de ter uma atitude “não automática” em relação aos dogmas que a educação traz de longa data a esta parte. “Basta” não se prenderem “obsessivamente” aos esquemas rígidos de educação que receberam (tipo “chapa 10”), ou que, ainda, não se deixem subjugar por recalcamentos de educações rigorosas sofridas. Sei que é difícil falar de educação sem nos referirmos à nossa, mas é urgente que a maioria de nós o faça. Alguém escreveu que “quando as relações com os nossos filhos são demasiado difíceis, é provável que a nossa biografia tenha alguma responsabilidade nisso e nesse caso é útil consultar um psicoterapeuta”.
segunda-feira, 14 de março de 2005
Aperfeiçoamento
Dança e Contradança
Os bailarinos não desiludiram - profissionais, firmes nos gestos técnicos, artísticos q.b. na expressão. Clap, clap, clap!!! O público... que vergonha. Em primeiro lugar, todos sabemos - e para quem não soubesse, uma alma caridosa fez o favor de escrever no verso do bilhete- que em espectáculos de ballet, ninguém entra depois de começar. É falta de respeito e perturba, não só quem vê mas a concentração dos artistas. Pois aqui, senhores, quando começou metade da sala estava por encher. Não porque estivessem para chegar... mas porque estavam no átrio a tirar fotos para as revistas sociais. Sim, todos sabemos; é importante ir a estes eventos para aparecer nas revistas A e B, junto de C e D.
Depois, no decurso da dança... um infernal barulho. Nem era murmúrio, era mesmo conversa pegada, tanto que me inteirei dos problemas de fígado de uma sra, das infidelidades de um sr e do último quadro de um conhecido artista da nossa praça. Sim, não julguem que quem fazia este barulho era o "povo". Não, era a nata da sociedade de PDL, o creme de la creme açoriano. E mais "Dioguinho, tá quieto, ou a mamã nunca mais te traz !"
Mas a cereja em cima do bolo veio da organização, quando a meio do ballet a música cessou. Parou, pura e simplesmente, e o bailarino - o que é o ballet sem música? - ficou à rasca, certamente pensando que vivia um pesadelo em terras de hereges incultos. E salta uma musiquinha pop, que felizmente durou breves segundos, após o que sobreveio o silêncio e depois, finalmente, arrancou "A Bela Adormecida" de novo.
Com tudo isto, no final, ainda havia quem julgasse ter visto "O Lago dos Cisnes", como ouvi dizer uma cultíssima sra (passa por o ser no nosso círculo). E assim andam os nossos Açores, cada vez mais ultra-periféricos, enquanto os nossos nouveau-riche forem heróis e houver quem ache que a sua rua é o mundo. Até à próxima, Bravas!
domingo, 13 de março de 2005
A Boa Disposição
Alfred Montapert
in 'A Suprema Filosofia do Homem'
quinta-feira, 10 de março de 2005
quarta-feira, 9 de março de 2005
A realidade por detrás da Eutanásia
É muito fácil dizer que se é a favor ou contra a Eutanásia quando o acto em si não passa de um palavrão que parece distante. É muito fácil criticar quem quer a Eutanásia, sem olhar para a vida dessa pessoa. E, aí, tudo o que nós podemos dizer sobre o que se passa na cabeça de quem a pede só pode ser mera especulação, porque nenhum de nós consegue saber o que pensa uma pessoa que está perfeitamente consciente de tudo o que se passa à sua volta mas não o consegue exprimir.
Se é sempre possível apresentar outra solução a quem quer fazer um aborto, não se pode dizer que a opção oferecida a quem procura a Eutanásia seja uma questão de escolha livre. Nem tão pouco me parece que quem procura esta solução o faça de ânimo leve, ou sequer inconscientemente, como acontece a muitas adolescentes que procuram o aborto. Quem escolhe a Eutanásia não o faz porque está profundamente depressivo, nem tão pouco poderia resolver o seu problema se tomasse um Xanax ou um Prozac. Estamos a falar de gente que tem doenças fatais, que não têm cura, nem qualquer tratamento que faça a doença regredir, ou tão pouco que a impeça de progredir. Estamos a falar de gente que já está em fase terminal.
Não é por acaso que, na Holanda, duas das doenças que levam os pacientes a procurar a Eutanásia são a esclorose lateral amiotrófica ou a doença pulmonar obstrutiva crónica. Estamos a falar de pessoas que já sabem que vão morrer. É tudo uma questão de semanas, ou de meses. Mas, até lá, vão ter de ficar confinadas a uma cama, sem conseguir mexer qualquer membro do corpo, sem conseguir emitir qualquer som que se perceba, sem conseguir mastigar ou engolir, sendo alimentadas através de sondas e respirando através de máquinas, mas em grande sofrimento e com plena consciência do que está a acontecer com elas.
A única opção que resta a esta gente é ver a vida prolongada sem que a possam viver minimamente. Por muito que tenham uma família fantásica, sempre presente e positiva, bem como cuidados médicos espantosos, a vida não vai melhorar nunca, nem o sofrimento acabar ou sequer diminuir. Mas será que isso é motivo para escolher avançar com a Eutanásia? Não sei! Mas será que alguém que não esteja nessa situação poderá ser capaz de saber? Duvido!
Sei apenas que não podemos generalizar as coisas. Sei que o perigo de uma lei que autorize a prática livre da Eutanásia é precisamente esse, portanto, prefiro nem sequer levar a discussão por esse caminho.
Também sei que tem uma opinião já formada sobre o assunto, dificilmente a vai mudar, por muito que leia ou investigue sobre o assunto. Pelo menos, até que um dia a doença lhe chegue. Ou chegue a alguém que lhe seja demasiado querido. Nesse dia, se calhar mudam!
A mim aconteceu-me no dia em que diagnosticaram uma Esclerose Lateral Amiotrófica à pessoa que me trouxe a este mundo. Não posso dizer que mudei de opinião sobre a Eutanásia quando isso aconteceu. No meu caso, deixei apenas de ter certezas. E no dia em que essa fase terminal chegar, não sei o que pensarei. Mas tenho a certeza de que por mais que eu esteja a sofrer, nem sequer conseguirei imaginar o que ela estará a sentir. E esse é o problema que a discussão sobre a Eutánasia deixa de fora na maior parte dos casos!
terça-feira, 8 de março de 2005
A vontade é que faz o milagre
Sou mulher, mas nunca fui feminista. Nunca aceitei que uma mulher progredisse na carreira mais depressa só por ser mulher. Nunca defendi o acesso privilegiado das mulheres ao poder. Nunca achei que por ser mulher valia mais do que um homem.
No entanto, também nunca aceitei que as mulheres fossem discriminadas pela sociedade. Nem que fossem prejudicadas na carreira. Nem que fossem preteridas em favor de homens com menor capacidade. Nem que fossem privadas de liberdade de escolha.
Longe vão os tempos em que as mulheres eram um acessório que se tinha lá em casa. Hoje, já lhes é reconhecida competência e profissionalismo. Às vezes, falta é vontade de ir à luta para chegar mais além. Seja no trabalho, no desporto, na política, na religião, ou até mesmo na maternidade, na família e no lar. Mas aí, não há Dia Internacional da Mulher que faça milagres!
Acredito que cada um, homem ou mulher, vale por aquilo que é, o que significa que deve lutar por aquilo que merece e por aquilo que acha justo. Mas ninguém disse que a luta é fácil. E a sorte não cai do céu!
O maior defeito das mulheres
Apareceu um anjo que lhe perguntou: "Deus, porque estás a perder tanto tempo com esta criação?"
Ao que Deus respondeu: "Já viste a minha lista de especificações para este projecto? Ela tem que ser completamente lavável, mas sem ser de plástico, tem mais de 200 partes móveis, todas substituíveis, e é capaz de sobreviver à base de coca-cola light e restos de comida, tem um colo capaz de segurar em quatro crianças ao mesmo tempo, tem um beijo capaz de curar qualquer coisa desde um arranhão no joelho a um coração ferido e faz isto tudo apenas com duas mãos."
O anjo ficou estupefacto com estas especificações. "Só duas mãos!?
Impossível! E esse é apenas o modelo normal? É muito trabalho só para um dia. É melhor acabares só amanhã."
"Nem pensar", protestou Deus. "Estou quase a acabar esta criação que me é tão querida. Ela já é capaz de se curar a si própria quando fica doente. E consegue trabalhar 18 horas por dia."
O anjo aproximou-se e tocou na mulher. "Mas fizeste-a tão macia e delicada, meu Deus".
"Sim, mas também pode ser muito resistente. Nem fazes ideia o que ela pode fazer e aguentar."
"E ela vai ser capaz de pensar?" perguntou o anjo.
O anjo então reparou num pormenor e tocou na cara da mulher.
"Ups, parece que tens uma fuga neste modelo. Eu disse-te que estavas a tentar fazer demais numa criatura só."
"Isso não é uma fuga, é uma lágrima."
O anjo estava impressionado."És um génio, Deus. Pensaste em tudo."
Prescindem de tudo para dar à família. Vão com um amigo assustado ao médico. Amam incondicionalmente. Choram quando os seus filhos são os melhores e aplaudem quando um amigo ganha um prémio. Ficam radiantes quando nasce um bébé ou quando alguém se casa. Ficam devastadas com a morte de alguém querido, mas mantêm a força além de todos os limites.
Sabem que um abraço e um beijo podem curar qualquer desgosto. Existem mulheres de todos os formatos, tamanhos e cores. Elas conduzem (bem ou mal), voam, andam e correm ou mandam e-mails só para mostrar que se preocupam contigo. O coração de uma mulher mantem este mundo a andar. Elas trazem alegria, esperança e amor. Dão apoio moral à sua família e amigos.
As mulheres tem coisas vitais a dizer e tudo para dar.
NO ENTANTO, EXISTE UM GRANDE DEFEITO NAS MULHERES: É QUE ELAS SE ESQUECEM CONSTANTEMENTE DO SEU VALOR.
segunda-feira, 7 de março de 2005
domingo, 6 de março de 2005
sábado, 5 de março de 2005
O XVII Governo Constitucional
Ei-lo:
Primeiro-ministro - José Sócrates
Ministro da Presidência - Pedro Silva Pereira
Ministro de Estado e da Administração Interna -António Costa
Ministro de Estado e dos Negócios Estrangeiros - Diogo Freitas do Amaral
Ministro de Estado e das Finanças - Luís Campos Cunha
Ministro do Trabalho e da Segurança Social - Vieira da Silva
Ministro da Justiça - Alberto Costa
Ministro da Saúde - Correia de Campos
Ministro da Economia - Manuel Pinho
Ministro do Ensino Superior e Ciência - José Mariano Gago
Ministro da Educação - Mária de Lurdes Rodrigues
Ministra da Cultura - Isabel Pires de Lima
Ministro da Agricultura, Desenvolvimento Rural e das Pescas - Jaime Silva
Ministro do Ambiente - Francisco Nunes Correia
Ministro das Obras Públicas - Mário Lino
Ministro da Defesa - Luís Amado
Ministro dos Assuntos Parlamentares - Augusto Santos Silva
Secretário de Estado da Presidência do Conselho de Ministros - Jorge Lacão
... e pronto, agora é só esperar pela m....
Congresso da Cidadania
ANFITEATRO C DA UNIVERSIDADE DOS AÇORES
PONTA DELGADA
Participação Cívica e Política na História e na Tradição Açorianas
CONFERENCISTA
Carlos Melo Bento
Participação Cívica e Política
CONFERENCISTAS
António Barbosa de Melo e Manuel Maria Carrilho
MODERADOR
Machado Pires
PAINEL DE DEBATE
» Fórum Açoriano de Cultura
» Associação dos Amigos dos Açores
» Carmo Rodeia
» Jorge Nascimento Cabral
sexta-feira, 4 de março de 2005
Chávenas cheias de vida
Concordo com o que diz o monge quando receita que se viva o presente com a devida atenção, para não deixar passar o momento sem o ter vivido. Sempre defendi que o passado não traz felicidade. Contudo, também sei que é preciso olhar para ele de vez em quando, porque só assim tiramos algumas lições para o futuro. E isso também pode ser feito enquanto se saboreia uma chávena de chá, cujos sabores nos despertam muitas vezes para outros que em tempos vivemos, com tudo de bom e de mau que isso acarreta. Esse é o preço da vida. Um preço que vale a pena pagar!
Só a língua portuguesa é que é traiçoeira?
Pede-se a atenção a Vossas Excelências para que tenham a bondade de levantar o som.
Momento Zen II
quinta-feira, 3 de março de 2005
Boas leituras
quarta-feira, 2 de março de 2005
Consumo de antidepressivos aumentou 45% em cinco anos
Depois não se admirem de Portugal andar assim...