Há muito boa gente que não gosta de fazer campanhas de rua.
Não os posso criticar, também não me revejo minimamente na coisa. Não temos todos que gostar, mas infelizmente é necessário que alguém o faça porque desde que se teimou que não há ideologias, sempre há o contacto directo com o candidato (quando o há).
Seja como for, não acredito em misturas de ideologias, acredito é que haja gente mal colocada dentro dos partidos e que ainda não sabe disso.
Se o povo fosse instruído e lesse as propostas dos partidos, ouvisse debates, participasse de alguma forma na vida política, tirasse as suas dúvidas e exercesse os seus deveres reclamando os seus direitos, não haveria necessidade dos partidos irem para a rua oferecer esferográficas e t-shirts. E ainda se poupavam uns trocos valentes nos brindes que poderiam ser canalizados para outra coisa mais útil.
Vendo bem, isso de receber um porta-chaves não traz votos, quando muito, talvez a t-shirt dê jeito para quando o Manel for às vacas. É definitivamente dinheiro mal gasto, até porque o Manel deve ter uma gaveta cheia delas e às cores.
O contacto directo com os eleitores também é uma coisa engraçada que a psicologia decerto há-de explicar. Lá passa o candidato a imagem de preocupação pela comunidade, de simpatia, de boa pessoa, de competência ou seja lá qual a máscara que escolheu para o dia, e vai para casa contente que até lhe deram umas palmadinhas nas costas. È uma lúcida ilusão porque eles bem sabem que quem lhes deu a palmadinha nas costas também as dará ao outro que venha atrás com mais porta-chaves.
Mesmo que a intenção seja das melhores, e não digo que não seja, porque ainda vejo que temos boa gente por aí nas ruas, convinha era que os candidatos se preocupassem mais em informar o povo das medidas que pretendem trazer em vez dos sorrisos de orelha e dos beijinhos às velhinhas.
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