terça-feira, 15 de fevereiro de 2005

Campanhas de rua

Há muito boa gente que não gosta de fazer campanhas de rua.
Não os posso criticar, também não me revejo minimamente na coisa. Não temos todos que gostar, mas infelizmente é necessário que alguém o faça porque desde que se teimou que não há ideologias, sempre há o contacto directo com o candidato (quando o há).
Seja como for, não acredito em misturas de ideologias, acredito é que haja gente mal colocada dentro dos partidos e que ainda não sabe disso.
Se o povo fosse instruído e lesse as propostas dos partidos, ouvisse debates, participasse de alguma forma na vida política, tirasse as suas dúvidas e exercesse os seus deveres reclamando os seus direitos, não haveria necessidade dos partidos irem para a rua oferecer esferográficas e t-shirts. E ainda se poupavam uns trocos valentes nos brindes que poderiam ser canalizados para outra coisa mais útil.
Vendo bem, isso de receber um porta-chaves não traz votos, quando muito, talvez a t-shirt dê jeito para quando o Manel for às vacas. É definitivamente dinheiro mal gasto, até porque o Manel deve ter uma gaveta cheia delas e às cores.
O contacto directo com os eleitores também é uma coisa engraçada que a psicologia decerto há-de explicar. Lá passa o candidato a imagem de preocupação pela comunidade, de simpatia, de boa pessoa, de competência ou seja lá qual a máscara que escolheu para o dia, e vai para casa contente que até lhe deram umas palmadinhas nas costas. È uma lúcida ilusão porque eles bem sabem que quem lhes deu a palmadinha nas costas também as dará ao outro que venha atrás com mais porta-chaves.
Mesmo que a intenção seja das melhores, e não digo que não seja, porque ainda vejo que temos boa gente por aí nas ruas, convinha era que os candidatos se preocupassem mais em informar o povo das medidas que pretendem trazer em vez dos sorrisos de orelha e dos beijinhos às velhinhas.

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