segunda-feira, 16 de maio de 2005

Diálogos com os putos de hoje

Filho: Pai!
Pai:Humm...
Filho:Como é o feminino de sexo?
Pai: O quê?
Filho: O feminino de sexo.
Pai: Não tem.
Filho: Sexo não tem feminino?
Pai: Não.
Filho: Só há sexo masculino?
Pai: Sim. Quero dizer, não. Existem dois sexos, masculino e feminino.
Filho: E como é o feminino de sexo?
Pai: Não tem feminino. Sexo é sempre masculino.
Filho: Mas acabaste de dizer que há sexo masculino e feminino.
Pai: O sexo pode ser masculino ou feminino. A palavra sexo é sempre masculina. O sexo é que é masculino ou feminino.
Filho: Não deveria haver a sexa?
Pai: Não.
Filho: Mas porque não?
Pai: Porque não, merda! Desculpa, porque não. Sexo é uma palavra sempre masculina.
Filho: O sexo da mulher é masculino?
Pai: Sim. Não, não! O sexo da mulher é feminino.
Filho: E como é o feminino?
Pai: É sexo também. Igual ao do homem.
Filho: O sexo da mulher é igual ao do homem?
Pai: Sim. Ai... ! Olha... Há sexo masculino e feminino. Certo?
Filho: Sim.
Pai: Mas são duas coisas diferentes.
Filho: Certo, ok. Mas então qual é o feminino de sexo?
Pai: É igual ao masculino, filho!
Filho: Mas não são coisas diferentes?
Pai: Não! Ou melhor, sim! A palavra é a mesma. Muda o sexo, mas não a palavra.
Filho: Então, não muda o sexo. É sempre masculino.
Pai: A palavra é masculina.
Filho: Não. "A palavra" é feminino. Se fosse masculino, seria "o palavro".
Pai: Epá... Vai brincar...

O puto vai, obediente, e entra a mãe.

Pai: Temos de vigiar este miúdo, Maria.
Mãe: Porquê?
Pai: Só pensa em Gramática!

21 comentários:

Viuva Negra disse...

É por estas que a vida tem graça , com criancinhas !!!

João Pacheco de Melo disse...

Se fosse um pai açoriano tinha a resposta na ponta da lingua; "pintcha"!

(ehehehehehe)

Anónimo disse...

JPM:

nem me fale nisso... LOL

Eu hoje tive de explicar a um estrangeiro o significado da palavra. Foi LINDEEEE! :)

António disse...

Que vontade de dar duas chapadas ao puto!
E agora acusem-me de violência doméstica!
Jinhos

João Pacheco de Melo disse...

Era um estrangeiro de onde?
De Portugal?

(eheheheh)

É que, começa a justificar-se a edição de um dicionário Açoriano/Português e vice versa!

(Estas caretas fazem imensa falta. A sério!)

RD disse...

ai ai ai ai, oh senhor joão pacheco de melo (nome todo é para quando se está zangado - foi o que aprendi com a minha mãe, hihi), como é que é isso do dicionário açoriano? hein??? hein????
quanto mais um dicionário para cada ilha, não?
é que eu gosto imenso de sotaques e de expressões, mas tenho que puxar a brasa à minha sardinheca e dizer que, ainda assim, prefiro o meu do que o vosso. estendendo para o assunto em voga - são faialites, fazer o quê? heheh!!
Beijinhos!

RD disse...

António, acuso-te de violência doméstica baseada em factos blogosféricos, e passo desde já a argumentar:

1) a tua conversa revela uma tendência que freud chamaria de "distribuidor de chapadas", logo, repercutindo-se essa tendência numa ameaça psicológica em usuários da blogosfera, temos toda a legitimidade em crer que o António é um potencial "distribuidor de chapadas" não só virtual, mas possivelmente também real.

2) considerando que assim seja, deveremos unir-nos para enjaulá-lo o mais rápido possível, visto a sua maldade ser tanta que brevemente afectará a comunidade toda, virtual e real.

3) como é típico do nosso agir português, não há necessidade de mais provas que não sejam estas baseadas em comichão, visto que o português exemplar ajuíza em simples profecias, logo, amigo António, estás tramado!

Como se pode calcular, consciência social é o que temos mais, tanta que transborda nas caixas de comentários a união do nosso povo tachado a martelo.

(é a demência antónio, está-me a atingir - será contágio? SOS em fumo para o Norte :))) Bjitos!

João Pacheco de Melo disse...

Rosa (só não escrevo o nome completo porque não sei. Mas, para completar o meu, ao JPM ainda faltam dois nomes; o Manuel e o Moniz)

Será que "pintcha" não se usa no Fail?

(eheheheheh)

As caretas. Ai... as caretas!

Anónimo disse...

o "tch" não é um traço característico da fonética faialense... Logo, qualquer "tch" micaelense será automaticamente um "t" - a verdadeira pronúncia, afinal, desculpe, mas é assim! ;) - da palavra, em registo faialense. tá?

Anónimo disse...

António:

um pai portuense sofre de falta de paciência?

esta pergunta NÃO é inocente... ;)

António disse...

Pronto, pronto, pronto!
Já me puseram outra vez na camisa de forças.
Agora não posso escrever...nem dar chapadas.
Jinhos (em vez de pancada...eh eh)

João Pacheco de Melo disse...

Caiê...

Não vale a pena mais esforço. Aceito a argumentação, afinal, é a pronúncia faialense aquela que mais se aproxima do portugês mais divulgado!

Para além do mais, nos Açores independentes só faz sentido uma Républica Federal com cada ilha sendo um estado!

(sem caretas)

Anónimo disse...

António:

a pergunta era maldosa da minha parte, porque o meu pai é tripeiro.
No entanto, não tire daí grandes conclusões, porque não vivemos juntos... Não há lições de Psicanálise a extrair. :)

Anónimo disse...

JPM:

Eu gosto da pronúncia da minha terra. Tenho-a desde pequena. Reconheço ser a mais próxima do português padrão, mas não é por isso que gosto dela. É porque é a da minha terra, e dos meus avós.

Se fossem eles da Terceira ou de S. Miguel, com estas pronúncias, eu tê-las-ia e gostaria destas. :) De igual modo.

Aliás, tenho firme convicção de que cada qual deve permancer fiel às características da sua terra, sem pomposas tolices de tentar transformar-se...

Lamento que as ilhas estejam a tentar copiar-se, perdendo características originais- agora cada qual quer uma Marina Internacional e uma Praça de Toiros, e um grande Centro Comercial. epah, cada qual tem seu lugar! julgo eu...

Quanto a isso do estado federal, não serei a pessoa indicada para dar uma opinião. Porque não acredito na independência dos Açores.

Espero não ter ofendido ninguém. Não ando aqui para isso.
Um abraço. *

João Pacheco de Melo disse...

CORCORDO COM QUASE TUDO!

Sobre o penúltimo parágrafo, havemos de contuniar falando!

No tempo do condado portucalense também havia que não desejasse a independência do Reino de Leão!

(heeheh)

João Pacheco de Melo disse...

Caiê...

Agora num registo mais sério.
O teu:

"Quanto a isso do estado federal, não serei a pessoa indicada para dar uma opinião. Porque não acredito na independência dos Açores.

Espero não ter ofendido ninguém. Não ando aqui para isso."

além de ser um direito que te assite, só pode ofender os estúpidos e mal formados.

O que é grave, e indigno de um estado de direito e que usa a democracia como panaceia para quase todas as situações é que, nos Açores, não sejam permitidos partidos "regionais", e mais do que isso, que sejam punidos como fascistas aqueles que se organizarem politicamente para fazerem valer os seus pontos de vista em defesa da Independência dos Açores!

Quanto ao resto; nem eu próprio tenha a certeza se acredito na Independência dos Açores.
Desejar desejo, e acho absurdo que, em democracia, seja tabú tratar este assunto com alguma naturalidade!

Dois carinhosos abraços e uma bjoca (na testa não vá a VN fazer uma cena. Para o que eu estou guardado. A minha mulher é tolerante, a "namorada virtual" é doentiamente ciumenta.

ehehehe)

Anónimo disse...

JPM

Sou pela livre expressão de opiniões. Logo, creio que cada qual pode e deve dizer a sua, desde que o faça sem agredir ninguém gratuitamente. ;)

Como tal, não vejo qualquer inconveniente na proliferação de forças partidárias. Penso que cada qual deve ser livre, na sua conduta de vida, incluíndo esse aspecto associativo.

Eu não acredito na independência, por motivos económicos e também por motivos lusos. Quasi-patrícios, se preferir. Mas aceito que outros acreditem. Cada qual tem seus ideais e suas razões, por detrás deles, sendo, sobretudo, livre de os ter.

Retribuo o respeitoso beijinho. O veneno da Aranha não tocará em gatas pretas nem em vaquinhas... LOL :)
Além de que não haveria razões para ciúme. Não posso pensar em muitos homens ao mesmo tempo. Não me chega a alma. LOL LOL

João Pacheco de Melo disse...

Pelo estilo - que o tempo de "bloguisses" já me permitiu ir fazendo uma ideia - não poderia esperar outra coisa.
Confesso porém que o; "Espero não ter ofendido ninguém", deixou alguma confusão na minha mente.
O problema é que; "Como tal, não vejo qualquer inconveniente na proliferação de forças partidárias." de nada serve quando é a constituição e lei a portuguesa
(país democrático, dito moderno, e fazendo parte integrante da UE) quem vê os inconvenientes!

(um olho a piscar e um polegar apontado para cima)

Anónimo disse...

"Espero não ter ofendido ninguém" era, tão só, a re-afirmação de que as minha palavras sobre as ilhas açorianas/tradições e sobre as minhas convicções reflectem a minha opinião e não procuram ser ferrodas em ninguém.

Tem havido muitos mal-entendidos na net. Eu própria já recebi respostas menos agradáveis a coisas que nunca pretendi dizer e mesmo a quem enfiou barretes sem eu sequer me lhes ter dirigido. Creio que há um certo nervosismo latente... Ou então que muitos vêem a net como uma oportunidade para ripostar às agruras em geral.

Sei que não é o seu caso, mas, nunca se sabe quem decidiria comentar em cima! ;) ;) ;) (piscadelas)

Abraços (sempre com respeitinho! LOL)

RD disse...

Ai que saudades que eu tenho de mal entendidos! hehehehhe! Mas para isso sei onde vou se quiser matar saudades. ;)

JPM, desculpe-me a ausência, tenho saudades de andar a cirandar nos blogs mas não anda fácil. Pouco tempo.
Fica aqui o beijinho.

«« disse...

BRILHANTE...é caso para dizer vida árdua a de pai e sua relação com a gramática masulina (ou será gramático???)