terça-feira, 18 de outubro de 2005

Existe um país...

... onde um cidadão de 81 anos depois de ter cumprido 10 anos de mandato como Presidente da República, e de ter estado 10 anos de molho, decide candidatar-se novamente para salvar o país de um fantasma, passando por cima de um amigo de longa data.
Existe um país onde três candidatos autárquicos que acabam de vencer as eleições, estão indiciados por processos fraudulentos e uma outra candidata, a candidata com mandato de prisão emitido e foragida no Brasil, tem toda a cidade a saudando-a tal qual D.Sebastião.
Existe um país onde o único escritor galardoado com o prémio nobel da Literatura vive no país vizinho.
Existe um país de onde é oriundo aquele que é considerado o melhor treinador de futebol da actualidade, cujo seleccionador nacional é estrangeiro.
Existe um país onde o maior sucesso nacional do ano é um disco de originais de um músico que morreu há quinze anos.
Existe um país onde os dois guarda-redes da selecção nacional são suplentes de dois guarda-redes da mesma nacionalidade nos respectivos clubes.
Existe um país onde o nome da mascote do principal evento desportivo alguma vez organizado começa por uma letra (k) que não faz parte do seu alfabeto.
Esse país estranho é o meu país.
Esse país só gosta dele próprio e da sua bandeira quando vem alguém de fora jurar a pés juntos que somos bons.

10 comentários:

Tunalhos disse...

És esta originalidade que nos distingue e nos torna únicos!
Bom post... a lista poderia ser maior!
El Greco

RD disse...

El Greco, recebi isto por email, não é meu, é de todos (nao tava assinado).
A verdade é que a lista é bem maior, sim :)
Ainda ontem se falava no «Prós & Contras» em premiar o mérito em Portugal. Acho que estava em boa hora disso.

A ilha dentro de mim disse...

Nem o tal escritor que vive no país vizinho escreveria melhor...

A ilha dentro de mim disse...

Também acho que estava na altura de se premiar o mérito. Mas neste país, isso só acontece depois de teres morrido. E a maior parte das vezes nem é na altura do funeral, como acontece com o tal músico que domina os tops 15 anos depois de ter morrido. Aqui, para seres considerado bom, tens de estar longe. Se estiveres por perto, és uma ameaça, e como tal passas a ser um alvo a abater...

Anónimo disse...

Por isso é que, por vezes, o esmorecimento dá em desânimo e o que apeteçe e sair deste País, ir para outro local onde não nos conheçam como portugueses. Começo a sentir vergonha de ser Português. É triste mas é a realidade.
Mas isto não poe ser assim, por isso, continua a "lutar" contra estes tiramos. Que se forme a tal corrente, que ela engrosse e nasça uma nova mentalidade e uma nova postura de acção. Força e continua (que eu gosto)

RD disse...

Olá Periquito!
Bem vindo a este "pasto" faialense :)
É verdade, isto não pode continuar assim. Temos que meter atrás das costas as preferências partidárias e começar a levantar os véus de asneiras cobertas. Longe vai o tempo da censura (que não conheci e duvido que conheça - não tenho o rabo preso). :)

ElBravinha, as coisas passam-se dessa forma enquanto pensarmos que é esse o processo, as mentalidades também se mudam.
Cada vez mais me convenço que as minorias é que tão correctas e a maioria enganada.
Ora não tivesse a História episódios desses confirmados.

Rodrigo de Sá disse...

Só para esclarecer que o tal sucesso do ano não é o disco dos Humanos, como muita gente já comentou comigo, mas sim a colectânea de sucessos do Dr. Médico Carlos Paião.

Caiê disse...

Como já te disse... aqui para ter sucesso, há que estar MORTO!!!

João Pacheco de Melo disse...

É por estas e por outras que eu, sem sair do meu país, gostava de viver num país diferente do que referes!

Bjocas (estou começando a respirar)

A ilha dentro de mim disse...

Não te iludas amiguinha: eu sempre preferi ser do contra, lembras-te? Mais vale ser um alvo a abater do que estar morta. eheheh!