terça-feira, 7 de fevereiro de 2006

«A propósito de Jornadas Turísticas»

«Foi precisamente o presidente da Câmara de Comércio e Indústria dos Açores que, para adiantar serviço, foi dizendo que dois dos principais problemas são a animação e as acessibilidades. Avançou ainda que a natureza fechada dos Açores e a pobreza da gastronomia são alguns dos factores a merecer particular atenção.

É aqui que entramos em desacordo, uma vez que (...) a gastronima açoriana, sem ser muito variada, chega bem para preencher um saboroso cardápio, se for confeccionada com a devida matéria-prima.

Se se consente que se sirva morcela acompanhada de batata frita e se lhe chama um prato típico é evidente que algo está muito mal e deve ser, além de evitado, seriamente reprimido. (...)

Qto à natureza fechada dos açorianos é bom não generalizar visto que os faialenses, embora não tenham o encanto nem o brilho intelectual de Lili Caneças, não se têm dado mal com o contacto que têm mantido com portugueses e estrangeiros que nos visitam ou mesmo se radicam cá. (...)

O que realmente parece faltar em algumas áreas é resumido numa palavra e essa palavra é profissionalismo, que com o tempo virá, mas que já tarda...»

António Ramos, in Tribuna das Ilhas de 3 de Fevereiro

Se isto é o que se diz antes das V Jornadas de Turismo dos Açores começarem, imagino o que se dirá durante o certame. Recomendo vivamente que alguém ofereça um livro de gastronomia açoriana ao Presidente da Câmara de Comércio e Indústria dos Açores (para os sabores faialenses, recomento "As Receitas da Isaura") e, já agora, uma visita guiada ao Peter's. Talvez ajude a evitar destroços demolidores como estes que o colunista do Tribuna das Ilhas refere.

7 comentários:

Anónimo disse...

livros? podemos constranger o senhor em questão se ele não souber ler!
é melhor que ele se fique por uma visita ao peter's, tenho a certeza que vai provar os gins até ao fim da garrafa.

Caiê disse...

Muito curiosa a afirmação... Espero que seja algo fora do contexto e mal interpretado, porque, caso não seja, denota falhas. A gastronomia dos Açores é bem rica, basta ver a variedade doceira que existe de ilha para ilha. As fofas faialenses não se encontram em mais lado nenhum e o mesmo se diz das espécies de S. Jorge, só para citar dois exemplos. Quanto à hospitalidade, eu creio que o Sr. é bem viajado e decerto concordaria que os açorianos (ainda que nalgumas ilhas sejam muito mais fechados que os faialenses) estão ainda muito à frente de certos temperamentos frios e de certos narizes superiores que encontramos por esse mundo fora...

Anónimo disse...

Não xei porquê já tentei postar duas vexes e nada, a ver xe é desta.
Poix é! A noxa Lili Canexas (para quem não sabe, é a alcunha dele, não há revista/notícia que não faça parte) não foi muito felizz na xua intervenção. Que sháde faxer.Paxienxia. O moxoilo é das Beiras, com todo o respeito.Concordo, no entanto, com a afirmação acerca das french fries, é verdade. Na minha terra a morcela serve-se com laranja, feijão meio guisado meio assado, pão de milho e vinho de casa. Um must meus senhores, um must!
Agora,em abono da verdade a restauração nem sempre mostra o que de melhor há pelas nossas ilhas, e se a pessoa não conhece as raízes e tradições gastronómicas por dentro, pode realmente ficar desapontada com a realidade observada.

A ilha dentro de mim disse...

Acho que é neste último ponto que ainda falta o tal profissionalismo...

Anónimo disse...

Muito sucintamente, se queremos apostar, (realmente), na qualidade do nosso turismo, morçela com batata frita É INADMISSÍVEL! Quem o fez é incompetente. Quem o permitiu é incompetente. Há que responsabilizar que assim procede, se realmente queremos, minhas amigas, o tal profissionalismo!

Anónimo disse...

Muito sucintamente, se queremos apostar, (realmente), na qualidade do nosso turismo, morçela com batata frita É INADMISSÍVEL! Quem o fez é incompetente. Quem o permitiu é incompetente. Há que responsabilizar que assim procede, se realmente queremos, minhas amigas, o tal profissionalismo!

RD disse...

Acho que é apenas falta de sensibilidade para um turismo genuinamente regional. As pessoas por vezes não fazem por mal, a vida está dificil e querem é safar-se e vender. Se fossem formadas nesse sentido, tenho a certeza que se esmerariam para trocar a batata frita pelo inhaminho, por exemplo. Eu ás entidades responsáveis, mandava alguém especializado dar um cursito grátis de aconselhamento. Não custava nada e o potencial de melhoria seria maior.
Enfim.