terça-feira, 23 de novembro de 2004

De volta às bravuras

Cumprimentos a todas as excelentíssimas bravezas!

Bem vejo que isto tem andado mais animadinho, a nossa amiga Malhada tem realmente provado que é uma Brava e temos também as nossas duas últimas recentes novidades, a SuseBrava e a Isa que mesmo "desacentuada" esteve no seu melhor. Pois é assim mesmo, há que dar alegria à casa :))
Hoje vou aprofundar um pouco o assunto --> falta de inteligência, porque é decididamente, um assunto que merece a nossa reflexão.
Nos tempos que correm, se tiverem um pouco de atenção, ouvirão muitas vezes a palavra tolerância, desde "O quintal dos abortos", passando pela Assembleia e acabando nas nossas casas e relações com os outros.
Como bem sabem, o acto de ser tolerante, significa aceitar o que não se gosta, o que se discorda ou o que não nos dá prazer. Implica uma abstenção pela nossa parte de intervir na acção ou opinião em questão e isto relaciona-se essencialmente ao que é desagradável e/ou moralmente repreensível. Tolera-se o que não se partilha de alguma forma, e aceita-se a diferença, não do outro, mas da sua opinião.
Ora bem, agora começam os problemas. Para sermos sujeitos autónomos temos que usar a razão, uma razão consciente e ponderada que passa pelo conhecimento, e para tal terá que se fazer uma filtragem de opiniões e de teorias e procurar o que seja mais próximo da verdade, no mínimo, uma verosimilhança.
Só assim poderemos ser livres - pela razão, e sendo livres, implicitamente reconhecemos os outros, nossos semelhantes, como livres também, e podemos ansiar por uma sociedade melhor.
Contudo, numa sociedade que se diz liberal e pluralista, em que todos somos diferentes, e pressupondo que fazemos uso da razão, as diferenças seriam colmatadas pela aclamada tolerância, certo? Alega-se tolerância para tudo e esta tem realmente servido para resolver o "quase tudo". Ninguém gosta de dizer que é intolerante pois não?
O que acontece é que também esta amiga, imperadora da boa vontade entre os homens, a tolerância, tem limites.
Os seus limites andam apertados sempre entre o que é bom e o que é mau, entre o correcto e o incorrecto, entre o certo e o errado. Não há casos paradigmáticos para que se aplique a tolerância, porque se apela, não a uma norma ou sanção, mas ao bom-senso, ao devido uso do conhecimento e bom juízo da razão. Tenta-se não cair num absolutismo nem num relativismo. Procura-se o meio, onde está a virtude.
Agora pergunto-vos amigas bravas: Será que a maior parte das vezes não somos tolerantes demais e nos esquecemos de procurar a verdade, meia verdade ou apenas o mais útil, só para não nos chatearmos, porque simplesmente não vale a pena?
Andamos a viver num país de broncos em que se imita, não se cria. Andamos como que uma manada (passando a ironia a nós próprias), ou rebanho, como se diz mais vezes.
O que se passa é que, se se faz o que é comummente aceite sem nos questionarmos, estamos a aceitar todas as burrices que nos impingem.
Que fique claro que não me refiro a nós, estou em crer que somos bravas de sangue e com uma capacidade crítica para além do normal, e faça-se já aqui e agora, justiça às nossas kridas LBravinha e C-Angel, que têm realmente participado e mostrado muito bem, na nossa sociedadezinha, que não têm papas na língua. É preciso ser-se cada vez mais crítico.
Enfim...
Mas aquilo do Bush deu, dá e dará cada vez mais nervos. Não consigo ser tolerante com aquela manada americana, porque acho que não usam a razão, são todos marionetas de carne amorfa. Suponho que seja por pensarem que a sua sociedade está civilizada demais e já não se sintam obrigados a pensar. Compram tudo feito, até as maquinações maquiavélicas entre meio dum hamburguer.
Sabem... cá para mim, anda o Bush a jantar às escondidas com o Bin Laden, a conferenciar os preços dos recursos naturais para que todos nós nos lixemos e bem.

Beijinhos Bravos que já me estou a esticar muito! :)

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