Esta semana, 25 bombeiros açorianos partiram para se juntar ao combate de incêndios na zona de Coimbra. A propósito disso, não posso deixar de citar o editorial do Jornal dos Açores do dia 24 de Agosto (não é só nas ilhas que os jornais chegam com uns dias de atraso). Nele, o director João Paz exalta os «corajosos e dignos representants da solidariedade dos Açores para com as populações continentais portuguesas e martirizadas por múltiplos incêndios».
Referindo «este espírito de inter-ajuda, principalmente nos momentos mais difíceis», João Paz considera «o continente português uma a juntar às nove ilhas do soneto de 1926 do Padre Botelho, “saudoso Vigário das Furnas”, enderaçado, na altura, à mártir ilha do Faial». E porque o soneto é muito bonito, também o transcrevo abaixo.
“Nós somos nove irmãs. O nosso laço
Debalde vem mordendo o velho Oceano:
Quanto mais ele espuma ardido e insano
Tanto mais se afervora o nosso abraço.
Uma de nós-duleíssimo pedaço
Deste longo jardim açroriano-
Tremeu-lhe o coração, que enorme dano!...
E mísera se fez em breve espaço.
E agora nós, irmãs da infortuna
Vimos trazer conforto à desgraçada
E mostrar-lhe quão sentido é o nosso dó.
Que, quando uma de nós se afoga em mágoas,
Nos já não somos nove sobre as águas:
Somos a antiga Atlântida – uma só...”
Neste caso, somos um só país. Com ou sem mar pelo meio.
domingo, 28 de agosto de 2005
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