O Peixoso, um nosso fiel companheiro nas férias do Verão que apesar de cheirar mal sempre se aguentou connosco e nós com ele.
Numa das nossas bravas aventuras (neste caso, a suar alcoól a meio da montanha do Pico), recebi um telefonema. Era a perspectora do Peixoso a perguntar-me se não queria dar umas voltas com ele até que os seus progenitores chegassem. Como o pobrezinho estava parado, aceitei.
Lá subimos o purgatório, sempre com a mania que somos bravas (claro está), e regressámos no dia seguinte (amarelas de cansaço) à nossa ilha bonita - o Faial, e... lá estava ele no cais!
Oh visão das visões! No seu melhor, com todo o esplendor, cheio de pujança e de cagança - Era ele, o Peixoso.
Confesso que quando o vi fiquei um pouco apreensiva pelo seu aspecto abatido, mas tudo se desvaneceu quando tive o primeiro contacto com o mencionado. Estava bem vivinho apesar de todo o seu aspecto cabisbaixo. Além disso senti um cheiro a peixe que não enganava ninguém, só poderia estar "amantizado" ou "amigado" com alguém que pescava! Sem sombra de dúvida.
E foi assim o Verão todo, ligeirinho e com cheiro a peixe, quiçá não fosse essa a razão da sua vivacidade?
Teve ele uma paixão assolapada por alguém do mar? Sim, é o mais certo... mas nunca o saberemos porque ele não é de muitas conversas... Regressou aos progenitores bem mais enriquecido com a nossa convivência, sabemo-lo. No fundo até é bom que não fale muito senão sabe-se lá o que poderia dizer...
O facto é que foi um amigo, nunca nos faltou em nenhuma boleia nem deixou que fossemos apanhadas pela polícia em noites mais agrestes.
Ora não fosse o Peixoso um Fiat Panda 1000 esquentado descapotável de 1914 a cheirar a peixe cujos ferros da capota nos caiam na cabeça em curvas mais apertadas.
1 comentário:
Confesso que fiquei surpreendido ao chegar ao fim do post e descobrir a identidade do Peixoso!
Enviar um comentário